Design Kitsch
julho 20, 2008Dentre as características temos:
- Princípio de Inadequação: Ao deslocamento, junta-se a inadequação da forma, do estilo, do contexto, da função, de uso. Desvio em relação à finalidade, tamanho (abridores de garrafa gigantes), falsificação de materiais (flores de plástico), estilos contextos (anjos barrocos de gesso, para estantes) figurações em objetos utilitários (pêra de cristal, como baleiro). Funções secundárias que acabam suplantando a função principal, funções múltiplas em um único objeto. A inexistência de uma relação do tema com a estrutura geral da obra.
- Principio de Acumulação (ou Empilhamento): Objetos diversos sem um sentido, que possuem valor emocional e de baixo custo, que vão sendo acumulados sem uma unidade de adequação.(enfeites de geladeiras, cerâmicas, bibelôs). Além de tornar ambientes kitsch, também pode tornar pessoas em kitsch, quando ocorre o demasiado uso de enfeites ou adornos corporais. (brincos, colares, pulseiras, echarpes, etc).
- Percepção Sinestésica: O maior uso dos sentidos para impressionar o espectador, imagem, som, aromas (cartões de namorados perfumados). Repetição exaustiva de mesmos signos com significados semelhantes.
- Principio de Mediocridade: com tantos artifícios, inadequação, acumulação, percepção sinestésica, o kitsch chega próximo do vulgar, mas essa mediocridade facilita a absorção do consumidor. Nem feiúra nem beleza extremas: esses são valores absolutos, que fogem do intuito do kistch.
- Principio de Conforto: o que não cria problemas agrada; enche a vida da sociedade de consumo de sensações, emoções e pequenos prazeres (objetos cotidianos).
O kitsch está em todas classes sociais; é um elemento de nivelação social e histórico consumido indiscriminadamente por todos. Independente das diferentes possibilidades de status que o objeto kitsch possa suscitar, agrupam-se o kitschem categorias: religioso (terços saturados de imagens), sexual (canetas com mulheres nuas), exótico (paisagens havaianas, indianas de fundo), doce (anões de jardim), amargo (cobras, esqueletos de plástico fluorescentes), político (insígnia de partidos políticos em chaveiros) e também as combinações entre estas.
O kitsch se propõe a valores sublimes. A literatura de mau gosto feita com intenções comerciais e que usam o "efeitismo" - o efeito, a emoção sentidos pelo leitor são esperados e iguais. Músicas, novelas e até a arquitetura: um edifício ou uma casa no estilo neoclássico, típico do século XIX, com falsa colunas gregas de concreto e falsos frontões é Kitsch porque deslocado no tempo, feito de materiais contemporâneos e inadequado ao uso. Uma construção neoclássica não responde às necessidades de vida do século XXI, precisando, para isso, ser adaptada, deformada, tornando-se, assim, simplesmente um cenário. Podemos citar o Castelo de Brennand, no Recife, ou a forma com que se autodenomina a cidade de Garanhuns em Pernambuco ("Suíça Brasileira").
Essas características conjugadas do Kitsch agem sobre nosso sentido nos causando um "curto-circuito" da sensibilidade.
Fonte: Wikipédia
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