Envelhecer é algo inevitável para todos, apesar das cirurgias plásticas que prometem deixar o rosto esticado como um tamborim. À partir dessa década, o mercado precisa começar a modificar seus conceitos sobre a terceira idade. 

A minha geração mesmo que agora está chegando aos 40 foi a mesma que o Brasil mostrava com orgulho nas estatísticas dos anos 90 como um "país de jovens", agora está beirando a maturidade. 

Minha mãe por exemplo, já se enquadra na terceira idade de hoje pois completou 60 anos, ela faz daquela geração que revoluciou o mundo nos anos 60, presenciaram a chegada da pílula anteconcepcional, viram o homem chegar à lua, foram os primeiros a experimentar a revolução sexual e tentaram trazer "paz e amor " através do movimento hippie, usaram os tecidos sintéticos e o plástico como algo inovador.  

Essa terceira idade, da faixa etária da minha mãe não gosta de ser chamada de velha, eles tem uma vida melhor do que em muitas décadas, muitos nem pensam e se aposentar e ainda possuem uma vida sexual ativa. Resumindo eles não aquelas figuras de velhinhos esteriotipadas que conhecemos desde criança, do tipo que ficam sentados numa praça pública jogando miolo de pão para os pombos ou da figura tradicional da vovó que fica em casa fazendo biscoitinhos assados. 

Os avanços da medicina e a melhora da qualidade de vida nas últimas décadas aumentaram sua expectativa de vida, minha avó por exemplo acabou de chegar aos 100 anos e eu tenho notícias de uma parente dela que está com 110 anos. E a tendência é isso continuar, pois os avanços da ciência não param.

Se o mercado de trabalho hoje só quer gente nos seus 20 e poucos anos, que comece a mudar seu conceito pois a tendência é uma inversão do cenário atual, pois à partir dos anos 90 com a mulher totalmente ativa no mercado de trabalho, o número de filhos reduziu muito, os casais começaram a ter no máximo dois filhos, o IBGE divulgou que em 2008, o número de casais sem filhos no Brasil é de 16, 7 % e isso mudou a pirâmide de faixa etária como se pode se ver no gráfico abaixo:

No atual cenário mundial, temos mais adultos do que bebês e isso significa que daqui para frente vai ter muitas vagas de emprego para poucos jovens. Pois devemos considerar que nessa estatística não foi colocada a mortalidade dos jovens, pois infelizmente o jovem de hoje está morrendo cada vez mais cedo por causa da violência urbana, drogas, álcool, acidentes de trânsito e também agora os cataclismos climáticos como enchentes, terremotos, maremotos, vulcões e etc, praticamente duplicou as chances de morte. Então no futuro poderemos ver pessoas trabalhando por mais tempo e deixando a aposentadoria para bem mais tarde. Diante desse novo cenário, o mercado de trabalho não terá outra alternativa a não ser empregar pessoas com mais de 40 anos, pois segundo dados da ONU em 2050, a idade média da população mundial sairá dos 26 anos que é a media atual para 37 anos e também haverá 2 bilhões de pessoas no mundo com 60  anos. 

A fatia do mercado "jovem" tende a diminuir progressivamente, veremos então comerciais e propaganda voltados para as pessoas com mais de 40 anos, pois representará a grande e gorda fatia. Aquela  velha frase que escutamos desde criança "Respeitem os mais velhos", fará muito sentido.

Todos os setores do mercado tem que começar a pensar em mudanças como por exemplo:

- Materiais de construção: pisos antiderrapantes e revestimentos emborrachados.

- Indústria alimentícia: alimentos com pouco sódio (sal) e com pouco gordura e açúcar também.

- Eletroeletrônicos: Produtos com interface simplificada, manuais de instruções de fácil interpretação. 

Fico imaginando minha geração na terceira idade, com certeza seremos aqueles vovôs e vovós que irão curtir muito a vida ainda, passeando por aí nos shoppings, sendo exigentes na escolha dos produtos, viajando, comendo em praça de alimentação e trabalhando. Ficar por andando de bengala cheio de reumatismo, nem pensar.